Representações sociais a respeito da velhice LGBT sob a ótica de mulheres lésbicas brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.22199/issn.0718-7475-3508Palavras-chave:
velhice LGBT, representações sociais, mulheres, lésbicasResumo
INTRODUÇÃO: Uma das grandes incitações atuais é pensar sobre o envelhecimento da população LGBT, essa crescente diz respeito ao crescimento da esperança de vida desde o século passado, sendo este fenômeno apontado como resultado do progresso social mundial. OBJETIVO: O presente artigo buscou analisar as representações sociais da velhice LGBT sob a ótica de mulheres lésbicas brasileiras. MÉTODO: Participaram 105 mulheres lésbicas, com idades entre 18 e 49 anos (M= 23,7; DP= 5). Utilizou-se como instrumentos para captura dos dados a entrevista semiestruturada, TALP e questionários sociodemográficos para caracterização da amostra. No que diz respeito ao tratamento da análise dos dados foi empregado o software IRAMUTEC e IBM SPSS v.23. RESULTADOS: Apreendeu-se apartir dos dados obtidos três tipos de percepções máximas nesta pesquisa, que são: a visão de uma sociedade preconceituosa para com a comunidade LGBT, onde questões como medo e incerteza são presentes, devido a forma como a sociedade lida com pessoas diferentes da heteronormativa. A naturalização da velhice LGBT, onde as participantes ressaltam que não deve existir distinção entre as velhices, sendo ela hétero ou homossexual, que ambas são inerentes a vida e assim devem ser encaradas e por fim, a falta de conhecimento ou contato com algum idoso LGBT, onde as próprias entrevistadas apontam como deficiência na própria comunidade, visto que, nem entre si eles encontram tais informações sobre o assunto. CONCLUSÃO: Então, pode-se afirmar que, a reunião de dados desta pesquisa oportuniza ter uma aquisição das representações sociais de mulheres lésbicas brasileiras a respeito da velhice LGBT. Assim, este estudo possibilitou que as pessoas entrevistadas pudessem refletir sobre como essas pessoas enxergam seu futuro, como elas se sentem diante de uma sociedade preconceituosa e sobre como cada vez mais é emergente estudar e propagar informações sobre a velhice LGBT, se fazendo útil para propagação e discussão do mesmo.
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